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Carta do Gestor de Investimento – fevereiro/2020

Carta do Gestor de Investimento – fevereiro/2020

 

No exercício de 2019, a rentabilidade dos Planos de Benefícios geridos pelo Serpros foi bastante satisfatória e consistente. O Plano Serpros I – BD rendeu 15,36% ante uma meta atuarial de 9,51%, o Plano Serpros II – BD rendeu 11,49% ante uma meta atuarial de 9,44% e o Plano Serpros II – CD rendeu 13,56% ante uma meta atuarial de 9,44%.

 

Em relação ao aspecto satisfatório do resultado, não há muito o que elaborar além do excesso de retorno ante às metas atuariais. Convém destacar que as metas são substancialmente superiores ao CDI acumulado do ano, de 5,96%, que é a métrica de rentabilidade livre de risco usual para balizar decisões de investimento.

 

A tabela a seguir sintetiza as informações:

Rentabilidade Planos 2019

 

 

Neste sentido, a noção de consistência do resultado fica mais clara pois desde o quarto trimestre de 2018, quando as Políticas de Investimentos estavam sendo elaboradas, já antecipávamos a necessidade de realocar o risco dos investimentos.

 

O processo foi iniciado com aportes em fundos de investimento multimercados cujo financiamento foi feito a partir da venda de títulos públicos pós-fixados da carteira. Isto, trocamos ativos indexados ao CDI por veículos de investimento que adicionassem valor à rentabilidade almejada. Ademais, é importante destacar que, ao investir em gestores terceirizados, além do resultado tangível e mensurável pela performance de cada fundo também há uma externalidade positiva e intangível que diz respeito ao incremento de informações que subsidiam a gestão global dos recursos, ou seja, essa interação aumenta a inteligência que orienta as análises.

 

Com isso, foi possível identificar a tendência de fechamento dos juros reais, como exposto ao longo do ano em diversas Cartas Mensais. Assim, esse acompanhamento contínuo e sistemático das variáveis econômico-financeiras permitiu que a estratégia para gestão dos investimentos fosse adequada.

 

Um ponto importante a destacar é o fato de que o resultado foi superior à meta atuarial mesmo ocorrendo provisionamento para perda das debentures de emissão da Rodovia Tietê. Além disso, também pode-se pontuar uma inflexão na gestão de investimentos, em linha com a mensagem que a Diretoria de Investimentos tem transmitido, de que através de boas práticas é possível recuperar as perdas sofridas em horizonte de tempo razoável.

 

Em tempo, o ano de 2020 começou repleto de eventos imprevisíveis: primeiro a execução do terrorista Qasem Soleimani pela Casa Branca e, em seguida, a eclosão do coronavírus.

 

Neste sentido, convém diferenciar risco de incerteza. O conceito de risco está associado a algo quantificável e, por conseguinte, métricas podem ser desenvolvidas para seu acompanhamento. Já o conceito de incerteza está ligado à imprevisibilidade e sua abordagem é muito mais complexa pois não há parametrização possível.

 

Assim, o cenário para 2020 parecia mais promissor, pois parte dos riscos vigentes em 2019 haviam sido mitigados. Porém, os mercados financeiros são avessos às incertezas logo será preciso observar a evolução dos acontecimentos já que a capacidade de se fazer previsões sobre os desdobramentos desses episódios é bastante limitada.

 

Marcelo Castello Branco – Gerente de Investimentos

 

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