Serpros

Carta do Gestor de Investimento – setembro/2019

Carta do Gestor de Investimento – setembro/2019

Em setembro, apesar de a volatilidade ter-se mantido alta em diversas classes de ativos de risco, o saldo final foi de elevação na propensão a risco dos investidores, o que pode ser ilustrado pela performance de diversos índices de bolsas de valores. Por exemplo, o Ibovespa oscilou próximo a 105 mil pontos, aproximando-se da sua máxima histórica, assim como o S&P 500 (indicador da bolsa de Nova Iorque).

Como geralmente ocorre, não há um único fator que explique essa relevante melhora na percepção dos potenciais riscos econômico-financeiros porém, sem dúvida, a expectativa de que as condições monetárias globais serão suficientemente acomodatícias para evitar que os sinais de desaquecimento econômico global se aprofundem em direção a uma recessão.

 

Neste sentido, as ações dos principais bancos centrais do mundo foram destaques no mês de setembro. A decisão do FED de reduzir a taxa básica de juros em 0,25% confirmou as expectativas de mercado, mas se mostrou controversa ao revelar que os membros do comitê estão bastante divididos em relação às suas projeções de curto-prazo.

 

Na Europa, onde indicadores de inflação e atividade já mostram sinais mais claros de desaceleração, o Banco Central Europeu anunciou um novo programa de compra de ativos (chamado de expansão quantitativa) porém não dirimiu todas as dúvidas dos agentes financeiros que esperam por um pacote de estímulo fiscal com eventuais flexibilizações de limites definidos como parâmetros fiscais para os membros da Zona do Euro.

 

Por fim, no Brasil, os dados correntes de inflação surpreenderam positivamente o que gerou uma nova revisão para baixo nas projeções de inflação. Ademais, medidas de núcleo de inflação mostram comportamento benigno mostrando a consolidação de níveis mais baixos, consistentes com a trajetória de redução da meta de inflação nos próximos anos. É notório que nem mesmo a expressiva desvalorização da taxa de câmbio suscitou deterioração das expectativas.

 

Diante deste contexto favorável, compatível com a cenário-base do Banco Central, um novo corte de 0,50% na Selic foi implementado, levando a taxa ao valor mínimo da série histórica de 5,5% ao ano. E ainda, houve a indicação clara de novos cortes o que coordenou uma revisão de expectativas como mostrou a pesquisa Focus do próprio BC. Espera-se, agora, que os juros encerrem o ano em nova mínima históricas de 4,5% ao ano.

 

Assim, em relação aos ativos garantidores dos benefícios geridos tanto no plano PSI-BD quanto PSII-BD e PSII-CD, a nova rodada de quedas nos juros indexados à inflação produziu relevantes ganhos às posições em títulos públicos indexados (NTN-B’s) e marcados a mercado o que contribuiu positivamente para a boa performance auferida no mês.

 

No mais, os principais fatores de risco continuam presentes e sendo monitorados. Em especial, a continuidade da disputa comercial entre Estados-Unidos e China persistem sendo, possivelmente, o maior risco ao crescimento global.

 

No Brasil, apesar de incipiente e pouco difuso, alguns indicadores de atividade apontam para o início de retomada do crescimento. Somado à aprovação do texto-base da reforma da previdência e outras medidas ligadas a Agenda de políticas econômicas, foi percebida uma melhora de sentimento em relação ao cenário prospectivo.

 

Por fim, o cenário econômico e as estratégias de alocação de recursos do Serpros têm garantido bons resultados, mas nos mantemos sempre alertos e monitorando atentamente os riscos para, de forma gradual, realocar os investimentos buscando retornos diferenciados sem riscos excessivos ou mesmo incompatíveis com o esperado para planos de previdência.

 

Marcelo Castello Branco – Gerente de Investimentos

 

22/10/2019

Categorias

Categorias

Categorias

Categorias