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Carta do Gestor de Investimento – março/2020

Carta do Gestor de Investimento – março/2020

Em nossa última Carta Mensal, pormenorizamos a diferença entre os conceitos de risco e de incerteza. Neste sentido, o ano de 2020 já está repleto de eventos que majoraram as incertezas em detrimento dos controles de risco usuais.

O ano começou sob ameaça de uma potencial guerra atômica pronunciada na execução do terrorista Qasem Soleimani. Já havia motivos suficientes para abalar a euforia dos mercados financeiros, mas a ação militar americana fora, apenas, o primeiro dos eventos imprevisíveis e, consequentemente, ligados à incerteza.

Em seguida, começaram a ser divulgados os casos de infecção pelo Corona Vírus na China, o que veio a ser chamado de Covid-19. Inicialmente, notícias desencontradas foram reveladas e, como ficou claro depois, o governo chinês tentou minimizar os alertas da potencial pandemia, agora materializada.

Finalmente, a descoordenação entre os países membros da OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo inviabilizou cortes de produção e, ao contrário, a Arábia Saudita anunciou que aumentaria sua extração de petróleo em guerra de preços com a Rússia.

Assim, em um curto espaço de tempo, os mercados financeiros foram golpeados por eventos aleatórios extremos, de baixa probabilidade de ocorrência, ainda mais simultaneamente.

Mas essa é a realidade dos fatos: materializou-se um cenário econômico extremamente improvável com efeitos deletérios sobre o preço dos ativos de risco.

Agora, a pergunta natural seria: o que fazer na gestão dos ativos garantidores dos Planos de Benefícios? A resposta passa, inexoravelmente, pelo monitoramento contínuo dos mercados. A quantidade de informação e desinformação produzidas, nas últimas semanas, é inacreditável, mas não há outra forma de lidar com o problema.

As Políticas de Investimento aprovadas para o quinquênio 2020-2024 refletem de forma clara e objetiva o que seriam as Alocações Objetivo para viabilizar o pagamento dos benefícios de cada plano do Serpros.

Por fim, não há dúvidas de que o retorno negativo neste período é fruto dos riscos intrínsecos à gestão de portifólio, nada comparável às perdas derivadas de ativos gravosos e da gestão fraudulenta de outrora.

Com disciplina e empenho, estas perdas podem ser reversíveis, e a debacle sobre os mercados financeiros acabará por se tornar um ponto de entrada melhor para os novos investimentos. Assim, alcançaremos consistência na entrega de rentabilidades em janelas de tempo mais amplas que a métrica mensal.

Marcelo Castello Branco – Gerente de Investimentos

30/3/2020

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